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Bloqueios atrioventriculares: como reconhecer e diferenciar no ECG?

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Carreira Médica

Bloqueios atrioventriculares: como reconhecer e diferenciar no ECG?

Bloqueios atrioventriculares são distúrbios que interrompem a transmissão de impulsos elétricos no coração. Esta não é uma doença incomum, e seu diagnóstico é dado a partir de Eletrocardiograma (ECG).

Existem diferentes tipos e graus de bloqueios atrioventriculares, e cada um deles possui características próprias. Hoje vamos falar sobre as causas e os possíveis tratamentos para pacientes portadores deste quadro clínico.

Cardiologia: importante especialização da medicina

Não seria correto afirmar que há uma área da medicina mais importante ou fundamental que outra. Entretanto, algumas especialidades podem ser tratadas como essenciais para a qualidade de vida das pessoas.

Quando falamos sobre as doenças do coração, podemos compreender que a cardiologia é uma área primordial da medicina. Médicos e especialistas desse segmento são imprescindíveis para a manutenção da saúde do homem.

Especialmente porque esses profissionais de saúde focam sua atuação na saúde do coração, essencial à vida. Quando afetado negativamente, este órgão pode sofrer graves desajustes e trazer complicações aos pacientes.

Entre os principais malefícios relacionados às doenças cardíacas estão a ocorrência de dores e sintomas de mal-estar. E não apenas isso, mas os problemas do coração podem levar o paciente à morte.

Entre os principais quadros clínicos de doenças e problemas no coração, constam:

  • Angina: sentida a partir de uma forte dor no peito sempre que há uma sobrecarga no coração do indivíduo. Pode ser um sintoma ou indício da presença de outras de doenças mais graves.
  • Arritmia: uma condição clínica em que o ritmo do coração encontra-se muito acelerado. A doença decorre de condições genéticas, e traz a sensação de batimentos cardíacos acelerados. Mal-estar, fadiga, dificuldade para respirar e perda da consciência também são sintomas.
  • Endocardite: quando o músculo que reveste o coração (endocárdio) possui uma infecção o paciente apresenta endocardite. O gerador dessa infecção pode ser a migração de bactérias, fungos ou vírus vindos de outra parte do corpo para o endocárdio. 
  • Infarto: entre as doenças cardíacas mais fatais, o infarto é o problema do coração mais conhecido da maior parte das pessoas. Uma prolongada interrupção do fluxo de sangue no miocárdio provoca o infarto, também conhecido como ataque cardíaco. A morte do paciente é a principal consequência do infarto.

Portanto, é de conhecimento geral da ciência médica que o coração é um órgão que precisa de importante consideração e tratamento. A parada cardíaca é um grande problema de saúde pública, e os cuidados cardiovasculares podem evitar maiores danos aos pacientes.

Sendo assim, o especialista em cardiologia deve estar sempre atento ao paciente e aos seus sintomas. Além disso, ele deve manter-se atualizado acerca de novidades da área, como novos medicamentos e tratamentos inovadores.

O que são bloqueios atrioventriculares?

Entre os distúrbios, doenças e problemas cardiovasculares estão os bloqueios atrioventriculares, também conhecidos como BAVs. Esta condição afeta pessoas de todas as idades, entre homens e mulheres.

Os bloqueios atrioventriculares são uma condição clínica caracterizada pela suspensão dos impulsos dos átrios aos ventrículos. Essa interrupção pode ser completa ou parcial, e traz graves prejuízos à qualidade de vida do indivíduo.

A condição clínica dos bloqueios atrioventriculares pode ser transitória ou permanente. Isso, entretanto, depende das condições do coração na ocasião em que os bloqueios AV acontecem.

Os eventos ocorrem quando há um retardo significativo e observável no impulso atrial. Ou seja, a demora para a ocorrência dos impulsos, além do que já é fisiologicamente habitual, é um indicativo.

Além dele, outro quadro, ainda mais grave, deve ser levado em consideração. Neste caso, falamos de os impulsos elétricos simplesmente não alcançarem o ventrículo. Os bloqueios atrioventriculares são distúrbios que devem ser classificados a partir da gravidade que apresentam à saúde do paciente.

Causas dos bloqueios atrioventriculares

Entre as causas mais comuns dos bloqueios atrioventriculares estão:

  • Doenças crônico degenerativas, como a Fibrose idiopática, responsável por cerca de metade dos casos de bloqueios AV;
  • Isquemia cardíaca, ou Doença arterial coronariana, que corresponde a 40% dos casos relatados de BAV;
  • Miocardiopatia chagásica, que é tida como a forma mais comum de cardiomiopatia nos residentes de países da América do Sul;
  • Pós-operatório percutâneo e pós operatório de cirurgia cardíaca.

Outros motivos também podem ser registrados como possíveis causas dos bloqueios atrioventriculares. Alguns fármacos, como beta bloqueadores, digoxina e amiodarona, tônus vagal aumentado e valvulopatia também podem ser fatores. 

Vale lembrar que existem três diferentes graus de bloqueios atrioventriculares, e cada um deles tem a sua própria preocupação. Vamos falar dos tipos de bloqueios atrioventriculares, e como o médico pode reconhecer cada um deles a partir do ECG.

Tipos de bloqueios atrioventriculares

São três os tipos – ou categorias – de bloqueios atrioventriculares. A partir do exame de eletrocardiograma é que o médico pode classificar a real situação do indivíduo. São eles:

  1. BAV de primeiro (1º) grau
  2. BAV de segundo (2º) grau
  3. BAV de terceiro (3º) grau

Para melhor compreensão, seus sintomas e como reconhecê-los e diferenciá-los, trataremos mais detalhadamente cada um deles.

BAV de primeiro (1º) grau

O primeiro dos três tipos de bloqueios atrioventriculares é o BAV de primeiro grau. Nele, apenas um retardo no tempo de condução atrioventricular é apresentado. Nesta classificação, todos os impulsos são conduzidos ao ventrículo, não havendo um bloqueio, de fato.

As ondas P normais, registradas por meio do ECG, são seguidas por um complexo QRS. Contudo, no BAV de 1º grau o intervalo PR é mais prolongado que o normal, para além de 200 milissegundos. 

Esta condição ocorre, geralmente, pelo uso de fármacos, ou por condições fisiológicas, como tônus vagal exacerbado. O quadro pode aparecer também em atletas profissionais. Pode ser necessária uma investigação adicional caso o diagnóstico acompanhe outra cardiopatia.

BAV de segundo (2º) grau

Já o BAV de segundo grau possui duas formas de apresentar o bloqueio intermitente. Elas são denominadas como: 

  1. Mobitz 1 (bloqueio atrioventricular 2 grau mobitz tipo 1)
  2. Mobitz 2 (bloqueio atrioventricular 2 grau mobitz tipo 2)

Na primeira ocasião o intervalo PR sofre uma redução no prazo de condução ao ventrículo até que o impulso não seja mais enviado. Após o bloqueio, o próximo intervalo PR é menor ao do batimento cardíaco conduzido.

Já na segunda forma de manifestação há o bloqueio súbito do envio do impulso elétrico ao ventrículo. No Mobitz 2, não há o alongamento prévio e progressivo do tempo de condução ventricular presente no Mobitz 1. 

A localização mais frequente de acometimento é no sistema His-Purkinje, abaixo ou distal ao nodo AV. A manifestação do Mobitz 2 geralmente é acompanhada de frequências cardíacas de escape mais baixas do que o Mobitz 1.

As aparições dos bloqueios atrioventriculares têm caráter fisiológico em pacientes atléticos e mais jovens. O implante de marca-passo é o tratamento recomendado para todos os pacientes, inclusive os assintomáticos.

BAV de terceiro (3º) grau

Por fim, o BAV de terceiro grau é caracterizado como um quadro que apresenta uma dissociação elétrica completa. Nos bloqueios atrioventriculares de terceiro grau não há o registro de condução do impulso atrial para o ventrículo. Neste tipo de bloqueio AV a frequência cardíaca ventricular costuma ser menor que a atrial. 

A maior parte dos pacientes acometidos pela BAV de 3º grau precisam implantar o marca-passo. Há ainda outra condição para o bloqueio acontecer, que é o caso do uso de fármacos antiarrítmicos.

Caso eles sejam a razão para os bloqueios atrioventriculares, o paciente pode interromper a utilização do fármaco como tratamento. Contudo, em alguns casos um marca-passo temporário pode ser necessário. 

O infarto agudo do miocárdio de parede inferior também pode ocasionar o bloqueio AV. Neste caso, o diagnóstico reflete a disfunção do nodo atrioventricular, e o tratamento indicado é a atropina. Além disso, esse tipo de bloqueio pode se resolver espontaneamente dentro de alguns dias.

Já o bloqueio causado por infarto do miocárdio anterior pode refletir necrose miocárdica extensa. Este quadro compromete o sistema His-Purkinje, e a implantação imediata de marca-passo transvenoso é indicada.

Apesar de a resolução espontânea ser possível, é recomendado que se faça avaliação da condução nodal AV e infranodal. O estudo eletrofisiológico, teste de esforço e ECG de 24 horas são algumas possibilidades de avaliação.

Reconhecendo e diferenciando os bloqueios atrioventriculares no ECG 

Primeiramente, o médico especialista deve verificar qual o grau e o tipo de bloqueio AV que o paciente possui. Para isto, ele deverá realizar o exame Bloqueio atrioventricular ECG, de eletrocardiograma de 12 derivações. Somente após este exame é que se dará prosseguimento à abordagem terapêutica. 

Existem ainda outras maneiras de se examinar um paciente para diagnosticar o bloqueio atrioventricular. Entre eles constam o exame de Holter prolongado, o de monitor de eventos, o teste ergométrico e, por fim, o estudo eletrofisiológico.

Após a anamnese, o exame físico e o ECG, é possível confirmar qual o grau de bloqueio atrioventricular do paciente. A partir de então, pode-se seguir para o próximo passo, que é o da avaliação hemodinâmica. 

O tratamento dos diagnósticos de bloqueios atrioventriculares ocorre com o uso de atropina, um remédio de uso injetável. O medicamento pode ser utilizado na recuperação da frequência cardíaca do indivíduo.

Contudo, é importante destacar que quadros de BAV avançados podem não obter resposta satisfatória a esta medicação. 

Portanto, o ECG é usado para verificar a atividade elétrica do coração, localizando e determinando possíveis ocorrências. Por meio deste exame o médico especialista consegue identificar os dados correspondentes da velocidade do pulsar do coração.

Com os procedimentos adequados, os bloqueios atrioventriculares podem ser tratados. E desta forma, é possível garantir mais qualidade de vida aos pacientes.  

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