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Cirurgia fetal: como seguir carreira nessa especialidade?

Cirurgia Fetal
Carreira Médica

Cirurgia fetal: como seguir carreira nessa especialidade?

Além da felicidade para inúmeras pessoas, a descoberta da gravidez também traz uma enorme preocupação. Especialmente para a mulher grávida, a preocupação tem início logo ao saber que está grávida. A saúde do bebê antes mesmo de nascer está entre os principais motivos que tiram o sono de muita gente. Com a evolução da ciência e da tecnologia, é possível obter informações sobre o feto cada vez mais precisas. A partir destas investigações, a cirurgia fetal é recomendada em alguns casos. 

A cirurgia fetal, como o próprio nome indica, é uma intervenção médica em um organismo ainda no ventre da mãe. Extremamente delicada, este tipo de cirurgia requer profundo conhecimento dos métodos e procedimentos, e muita atenção por parte do médico. Porém, apesar de colocar em alerta a mãe e toda a família do bebê, esse é um procedimento que traz consigo a esperança.

O que é a cirurgia fetal?

Surgida em 1881 na Alemanha, a primeira cirurgia fetal tinha como objetivo realizar uma amniocentese para solucionar uma Polidramnia. A amniocentese, considerada invasiva, geralmente ocorre no segundo trimestre de gestação. 

O procedimento consiste na introdução de uma agulha extremamente fina dentro da cavidade uterina para a retirada de um fluido. É um método de diagnóstico pré-natal transabdominal, que visa aspirar porção do fluido da bolsa amniótica que envolve o feto.

A cirurgia fetal é, portanto, um ramo da medicina fetal que busca solucionar problemas que ocorrem durante a gestação. O objetivo deste procedimento é realizar o tratamento de defeitos congênitos enquanto o bebê ainda está na barriga da mãe. 

Cirurgia Fetal

Esse modo de operação lança mão de diversas técnicas cirúrgicas para tratar o feto ainda em gestação. Com a evoluçao da tecnologia e da medicina, os proedimentos se tornaram mais assertivos e preisos nas últimas décadas.

Nos primórdios, o primeiro tipo de cirurgia fetal – a amniocentese – era utilizada para buscar diagnósticos. No início do século 20, o procedimento permitia avaliar casos de isoimunização Rh, além de determinar o sexo do bebê e apontar possíveis doenças hereditárias.

Com o passar dos anos, e a chegada da ultrassonografia na década de 1970, outros benefícios foram observados. O tratamento da anemia fetal e a realização de transfusões sanguíneas intra-uterinas foram algumas conquistas.

No fim desta mesma década, ocorreu o advento da cirurgia fetal endoscópica, conhecida como técnica de fetoscopia. Esse tipo de procedimento ocorre com a introdução de uma microcâmera de vídeo na cavidade uterina. O intuito deste método é observar o feto, e obter amostras de pele fetal para estudos.

Nos dias atuais, a fetoscopia mais praticada em todo o mundo é realizada para o tratamento da transfusão feto-fetal. Essa transfusão acontece quando há a fertilização de dois óvulos (gestação gemelar), e os fetos dividem a placenta. Esse quadro pode acarretar uma disfunção muito grave, trazendo risco de vida para os bebês. 

A anastomose artéria-venosa, que ocorre em casos de gestações gemelares, é quando um feto retira sangue do outro. Esse distúrbio possui uma taxa de mortalidade de fetos considerável e muito significativa.

São três os tipos principais de cirurgia fetal existentes atualmente: 

  • Cirurgia Fetal a Céu Aberto – trata-se de uma técnica operatória que tem como base a abertura do abdome da mãe para a realização da cirurgia. O útero fica exposto para a realização da abordagem direta do sítio de interesse no feto. Esse tipo de procedimento é empregado em casos de Mielomeningocele. Alguns tumores também podem ser tratados com a utilização da Cirurgia Fetal a Céu Aberto, como o Teratoma Sacrococecígeo Fetal.
  • Cirurgia Fetoscópica Minimamente Invasiva – essa cirurgia é indicada em casos que apresentam condições letais para o feto, ou com alta morbidade, e não há nenhuma intervenção pós-natal efetiva para o caso. Mais conhecida como espinha bífida, a Cirurgia Fetoscópica para mielomeningocele proporciona um tratamento menos invasivo e, portanto, com menores chances de complicações para a mãe, além de reduzir o risco de hidrocefalia e paralisia no bebê.
  • Terapias Percutâneas – por fim, as terapias percutâneas são consideradas um tipo de cirurgia fetal que envolve intervenção terapêutica, tanto clínica quanto cirúrgica. Trata-se de um campo da medicina altamente especializado, voltado para operações realizadas ainda na vida intrauterina. As Terapias Percutâneas geralmente são indicadas quando há risco de vida para o feto, ou ainda na existência de alguma doença progressiva que pode trazer implicações na saúde de um órgão afetado.

Casos de sucesso de cirurgia fetal no Brasil e no mundo

O primeiro caso de ablação fetoscópica a laser de anastomoses placentárias foi registrado em outubro de 1988. O médico responsável pela cirurgia fetal foi o Dr. Julian E. De Lia que, usando uma óptica de 3,5mm, operou vasos sanguíneos de gêmeos. 

No Brasil, ainda em 1991, a UCSF descreveu sua experiência com cirurgia fetal a céu aberto relatando 17 casos. As ocorrências incluía:

  • Hidronefrose bilateral grave;
  • Hérnia diafragmática congênita;
  • Teratoma sacrococcígeo;
  • Malformação adenomatóide cística congênita.

A primeira Cirurgia Fetal por endoscopia realizada em território brasileiro data de 2001, e foi feita para tratar a transfusão feto-fetal. Já os primeiros casos de mielomeningocele foram operados em São Paulo, no ano de 2004. Hoje em dia, o país conta com diversas equipes que operam mielomeningocele ainda no pré-natal utilizando diferentes técnicas.

Em 2021, médicos da Unidade de Medicina Fetal do Hospital St. George, no Reino Unido, operaram um bebê que tinha um tumor no pulmão. Este impedia a plena formação do feto na barriga da mãe. Uma agulha muito fina foi introduzida no tumor, e um laser foi disparado para bloquear o vaso sanguíneo que alimenta o tumor.

Ainda em 2021, médicos do mesmo hospital operaram trigêmeos que sofriam de síndrome de transfusão feto-fetal. Outro caso é o de três gêmeos que passaram por uma cerclagem, que é uma cirurgia necessária, pois o colo do útero não suporta o peso dos fetos.

Já em 2022, durante o pré-natal, médicos diagnosticaram um tumor em um feto brasileiro. O bebê passou por duas cirurgias em um hospital de Brasília, sendo uma delas inédita no país. Os procedimentos médicos foram realizados quando a mãe estava ainda no sétimo mês da gestação.

Esses e muitos outros casos, revelam o sucesso da cirurgia fetal, e como ela afeta positivamente a saúde dos bebês e as mães.

A carreira do cirurgião fetal

Com o desenvolvimento dos procedimentos e do ferramental tecnológicos, o mercado atual de cirurgia fetal está em alta. Cirurgiões fetais podem atuar em diversos procedimentos cirúrgicos, trazendo esperança e conforto às famílias dos bebês.

É imprescindível a este profissional o conhecimento acerca das ferramentas e dos instrumentos tecnológicos disponíveis. A utilização de softwares que permitem o acompanhamento longitudinal do feto, e a leitura de diagnósticos é fundamental. A medição de curvas de normalidade possibilitam a detecção de possíveis alterações da normalidade.  

Os médicos responsáveis por essas cirurgias fazem uso de modernos sistemas de ultrassom com alta definição de imagem. Esses equipamentos possuem sondas para avaliação do feto em 3D e 4D, sendo a análise em terceira dimensão ocorrendo em tempo real.

A especialização em Medicina Fetal é um requisito importante, que proporciona mais segurança para o profissional e para a paciente. Por ser uma área não muito divulgada e conhecida do grande público, a informação científica é o fundamento da atuação médica.

A cirurgia fetal tem se mostrado altamente resolutiva em diversos casos de doenças e complicações antes do parto. Por isso mesmo, esta especialização se tornou fundamental em diversos hospitais no Brasil e em todo o mundo. 

Sendo assim, o conhecimento e a destreza são fundamentais para o exercício pleno desta especialidade. Assim como outras áreas da medicina, a cirurgia fetal requer grande aprendizagem sobre o assunto, além de constante atualização. 

Cirurgia Fetal

Sabendo da necessidade dos médicos, a Mediflix preparou um curso específico sobre o tema da cirurgia fetal. Em parceria com a Mindray, a plataforma de educação lança com exclusividade uma série de palestras que abordam o assunto. 

Conheça o curso Cirurgia Fetal Nos Dias de Hoje

O curso Cirurgia Fetal Nos Dias de Hoje foi desenvolvido pela Mediflix em parceria com a Mindray, especializada em soluções de saúde. As aulas são apresentadas pelo Dr. Eduardo Isfer.

O médico e professor possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Paraná. Possui também Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. É especialista na área de Medicina Fetal em Paris (França) e em Nova York (EUA).

Eduardo Isfer tem a Titulação Internacional de Médico Assistente Estrangeiro, conferida pela Académie de Paris. O trabalho científico intitulado “Anasarque Foeto-Placentaire Non Immun”, de 1989, conferiu o título a Isfer.

Ele é ainda membro efetivo da International Fetal Medicine and Surgery Society, e diretor clínico do Centro de Diagnóstico Pré-Natal e Medicina Fetal. Foi presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Fetal entre os anos de 2004 a 2006.

Nas aulas serão discutidos diversos aspectos da Cirurgia Fetal, e como os médicos devem se preparar para os procedimentos. Entre outros assuntos, estão:

  • Condutas pré-natal; 
  • Malformações nos pulmões; 
  • Cirurgia “a céu aberto”.

Então, se você é médico e quer saber mais sobre Cirurgia Fetal, conheça o curso Cirurgia Fetal Nos Dias de Hoje, da Mediflix. Saiba mais sobre a carreira e os procedimentos dessa área tão importante da medicina.

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