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Vitamina D, COVID-19 e Imunidade: qual a relação?

Vitamina D e Covid-19
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Vitamina D, COVID-19 e Imunidade: qual a relação?

Desde o início da pandemia mundial de Coronavírus, muitas especulações e notícias falsas surgiram, confundindo grande parte da população. A relação entre imunidade, Covid-19 e Vitamina D é um dos assuntos que tomaram conta das redes sociais.

Um estudo realizado na Universidade de Turim, relacionando a hipovitaminose D a Covid-19 foi publicado pelo jornal italiano La Reppublica, afirmando que parte dos pacientes infectados apresentavam níveis baixos de 25-hidroxi-vitamina D (25OHD).

Qual a relação entre Covid-19 e Vitamina D?

Nenhum estudo ou artigo científico relacionando um possível aumento da imunidade de um indivíduo contra a Covid-19 ao fazer uso de Vitamina D foi publicado, ratificando a universidade italiana, ou homologando a matéria do jornal.

Tampouco a própria pesquisa da Universidade de Turim passou por validações científicas, nem foi aceita pela comunidade científica ou pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como ferramenta válida para o combate ao Coronavírus ou aumento da imunidade contra o vírus.

Inclusive, os dados mais relevantes como número de participantes do estudo italiano, idade dos pacientes e os níveis de 25OHD no sangue não foram divulgados, o que segundo especialistas, implica em grandes perdas para a validação de um estudo científico.

Para se avaliar a eficácia de tratamentos, medicamentos e suplementos, é necessária a realização de ensaios clínicos randomizados, ou seja, aqueles em que os participantes são indivíduos que pertencem a variados públicos.

Um segundo estudo que associava o uso da Vitamina D como potencializador da imunidade contra a Covid-19 foi elaborado pela Universidade de Barcelona.

Ele sugeria que a Vitamina D é responsável pela redução de 80% no número das admissões em unidades de terapia intensiva, além de uma redução de 60% das mortes por Covid-19. 

A publicação original ocorreu na revista científica The Lancet, e foi espalhada para vários países do mundo pela Internet. Posteriormente, a própria revista retirou a publicação de circulação e iniciou um processo de investigação sobre o artigo.

No estudo catalão, a Vitamina D foi administrada a todos os pacientes em enfermarias, diferentemente do que deve ocorrer em pesquisas com maior rigor, quando o tratamento é realizado com indivíduos selecionados de maneira aleatória.

Já a recente pesquisa da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) com 240 pacientes internados no Hospital das Clínicas, revelou que a Vitamina D “não proporciona melhoras significativas em casos de covid-19 moderada ou grave”.

Os resultados do estudo denominado “Efeito de uma única dose de Vitamina D3 no tempo de internação hospitalar em pacientes com Covid-19 moderado a grave – Um ensaio clínico randomizado” foram publicados no site do Journal of American Association of Medicine (JAMA).

Metade dos pacientes recebeu uma dose única e alta de Vitamina D (200.000 UI), enquanto os outros receberam placebo, o mesmo xarope mas sem nenhum efeito.

Segundo os pesquisadores, os números não apresentaram divergências significativas, tendo como índice de mortalidade de 7,6% com a suplementação e 5,1% com o placebo, além da admissão na UTI, que registrou 16% com a Vitamina D e 21% com o placebo.

A pesquisa também não identificou efeitos relevantes da suplementação também no que se refere à ventilação e o uso de ventilação mecânica, que foi de 7% com a Vitamina D e 14,4% com o placebo.

Ainda assim, a falsa informação de que a Vitamina D pode servir para aumentar a imunidade e prevenir a Covid-19 espalhou-se rapidamente, especialmente por meio de recursos digitais, pela Internet e pelas redes sociais.

Em pouco tempo, o Brasil viu disparar o consumo de Vitamina D no país, com aumento de 2,6% em 2019 para 4,8% em 2020 da população brasileira que adquiriu a vitamina, tendo uma grande parte desses consumidores, o intuito de proteger-se contra a Covid-19.

Esses números representam 4,6 milhões de pessoas que passaram a fazer a suplementação com a Vitamina D em apenas um ano, de acordo com informações da indústria farmacêutica.

A automedicação é desincentivada por médicos, que alertam para os riscos que podem ocorrer quando um paciente não procura um profissional de saúde para iniciar um tratamento.

Imunidade, Vitamina D e Covid-19: Nota da SBEM e da ABRASSO

Diante do cenário de dúvidas e incertezas, o assunto dividiu opiniões de profissionais da saúde, entre eles médicos e especialistas de diversas áreas. 

A Associação Brasileira de Harmonização Orofacial (ABRAHOF), por exemplo, posicionou-se favoravelmente ao uso de colecalciferol (Vitamina D) como possível agente otimizador de imunidade contra a Covid-19.

Pouco tempo depois, outras duas associações de classe, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e a Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (ABRASSO), vieram à público contra o posicionamento da ABRAHOF.

Em nota de esclarecimento conjunta, a SBEM e a ABRASSO afirmam veementemente que não há qualquer indício científico que embase a recomendação da ABRAHOF, repudiando o seu conselho, e apontando os perigos subjacentes de tais indicações.

Em trecho da nota, as associações afirmam: As possíveis ações extra-esqueléticas da vitamina D são temas de interesse científico. Entretanto, não existe, até o presente momento, nenhuma indicação aprovada para prescrição de suplementação de vitamina D visando efeitos além da saúde óssea.

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e a Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo reconhecem que pacientes infectados com Covid-19 podem apresentar níveis séricos mais baixos de 25OHD.

Para elas, as comorbidades comumente apresentadas por esses pacientes são primariamente associadas à deficiência de Vitamina D, como doenças crônicas, doenças inflamatórias, obesidade e diabetes. 

Contudo, essa associação não determina causalidade, ou seja, não indica relação de causa x efeito, e nenhum estudo clínico randomizado já demonstrou qualquer benefício do uso de Vitamina D para prevenção ou tratamento da Covid-19, afirma a nota.

Para a SBEM e para a ABRASSO, são infundadas e perigosas as recomendações da Associação Brasileira de Harmonização Orofacial (ABRAHOF), que indica até 600.000 unidades de Vitamina D como dose de ataque para previnir Covid-19.

Segundo os especialistas, altas doses de colecalciferol (Vitamina D) são extremamente prejudiciais e deletérias ao esqueleto humano, promovendo aumento da reabsorção óssea e gerando grandes riscos de quedas e fraturas.

Além dos riscos já conhecidos, outras consequências graves podem acometer pacientes que seguirem tais recomendações: “Essas doses excessivas podem agudamente desencadear hipercalcemia e hipercalciúria, com consequentes riscos de insuficiência renal, crises convulsivas e morte”, concluem a SBEM e a ABRASSO em nota.

Os riscos da superdosagem de Vitamina D

Além da SBEM e da ABRASSO, outros especialistas vão contra o uso do suplemento como agente promotor de cura ou do aumento de imunidade contra a Covid-19, e alertam para o perigo do uso de altas doses da vitamina D.

Médicos e especialistas afirmam que são graves os riscos para a saúde de quem suplementa Vitamina D com doses elevadas, podendo ocasionar perda da função renal e calculose renal. 

A Vitamina D tem papel fundamental como regulador do fornecimento de cálcio e fósforo no organismo, atuando nos ossos, intestino e rins. E, em alguns casos, a Vitamina D também é indicada a pacientes que se queixam de cansaço excessivo e queda nos cabelos excessiva

Além da exposição solar, a Vitamina D é encontrada em alguns alimentos, como peixes, bife de fígado, óleo de fígado, laranja e também na gema do ovo. Porém, pela pequena quantidade encontrada nesses alimentos, a suplementação é indicada em muitos casos.

Entretanto, a administração inadequada e o uso incorreto do suplemento, a chamada hipervitaminose D, pode ocasionar em hipercalcemia, que é superdosagem de cálcio, gerando problemas graves nos rins, e leva também à perda óssea. 

Pesquisadores defendem que a dosagem para se obter um nível ideal de Vitamina D no sangue varia de acordo com cada paciente, levando em conta a idade e as condições de vida de cada indivíduo.

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